domingo, 3 de fevereiro de 2008

Artistas / Pintores /Escultores

Filipa César

Nasce no Porto, em 1975. Vive e trabalha entre Lisboa e Munique.
Após terminar o curso de Introdução às Artes Plásticas, Design e Arquitectura da Escola Secundária Soares dos Reis, no Porto, conclui o Bacharelato em Artes Plásticas - Pintura da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Mais tarde, conclui a Licenciatura em Artes Plásticas - Pintura da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Participa no workshop Pleased to meet you, orientado por François Courtilart (Nantes, França) e Peter McCaughey (Glasgow, Reino Unido) na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. É bolseira do programa Erasmus Sócrates, na Staatliche Academic der Bildenden Kunste, Karlsruhe.
Realiza um estágio em pós-produção e manipulação de Filme e Vídeo na empresa Arri Digital Film em Munique, e participa no workshop "202 ProjektRaum Bert Theis", orientado por Bert Theis (Milão, Itália) na Akademie der Bildenden Kunste em Munique.
Ganha a Bolsa de Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura, para a realização do projecto "Suplemento Local" orientado por Olaf Metzel, na Akademie der Bildenden Kunste em Munique.
Conta já com a participação em diversas exposições: Ewiges Streben / Classe Balkenhol", Ulm (Alemanha, 1997), "O Império Contra Ataca", Galeria ZDB (Lisboa, 1998), "Finalistas FBAUL", Fundição de Oeiras (Oeiras, 1998), "Index 3" (participação no catálogo), Galeria João Graça (Lisboa 1998), "Acasos & Materiais", CAPC (Coimbra, 1999), "Sete artistas ao sétimo mês", Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 1999), "Finissage-202 Projekt Bert Theis" (Munique, 2000), "W.C. Container", edifício Artes em Partes (Porto, 2000).

Filipa César elegeu, desde muito cedo, o cidadão anónimo como personagem central do seu trabalho, personagem ao mesmo tempo singular, dotado das suas características particulares e intransmissíveis, e genérico, partilhando com os seus semelhantes uma condição existencial.

Nesses momentos banais de pausa que intersectam as rotinas quotidianas, nesses intervalos da acção durante os quais aparentemente nada acontece, os seus personagens revelam-se marginais à concepção produtivista e funcionalista do tempo dominante nas sociedades contemporâneas. A artista dirige a sua atenção para esses momentos e situações em que o indivíduo se alheia da sua relação com o mundo exterior, se ausenta do teatro da vida social, para ficar a sós consigo mesmo, entregue a uma actividade introspectiva, muitas vezes não consciente. Ela fixa o seu olhar na exteriorização de poses, gestos e expressões para sugerir uma vida interior que permanece em grande medida insondável. Estamos nos antípodas da perspectiva crítica vulgarizada que encara o cidadão comum como sujeito indiferenciado, sem qualidades, uniformizado no seu mundo subjectivo pelas dinâmicas da vida contemporânea. O espectador é assim conduzido a partilhar com a artista um processo de auto-reflexão: as situações do quotidiano retratadas ou ficcionadas e as pessoas comuns ou os actores transfigurados em personagens devolvem-nos a imagem da nossa própria existência.

Filipa César encontrou no vídeo o medium por excelência para abordar aquele núcleo de questões, opção que não surpreende, tendo em conta a importância que para ela assumem a narrativa e a transmutação do real em ficção. Numa primeira fase do seu trabalho, o ponto de partida consistiu frequentemente na filmagem de pessoas anónimas em situações reais, verificando-se, no entanto, um desvio relativamente ao registo documental, pela exploração das possibilidades de manipulação da imagem vídeo, e uma sublimação do discurso de pendor sociológico, pelo acento posto na psicologia dos personagens. Waiting Citizen II (1999), por exemplo, produz um efeito de amplificação de uma situação e de um personagem particulares através da replicação da figura de um homem de meia-idade, que vai substituindo progressivamente as figuras das outras pessoas que com ele compõem uma fila de espera na paragem do autocarro.

A montagem em plano e contra-plano das imagens de pessoas filmadas em estações de metro e de comboio funciona como mecanismo ficcional na construção de esboços de relações entre desconhecidos que trocam olhares [Untitled (Romance), 2000-2003)]. Ou então é a justaposição de imagens numa estação de correios, uma delas invertida, que permite encenar uma sucessão de quadros de interacção face-a-face entre dois personagens que comunicam através do guichet de atendimento (Letters, 2000).

Um vídeo mais recente (Berlin Zoo, 2003) entronca nesta genealogia de obras baseadas na descontextualização de imagens captadas em situações reais: uma sequência de grandes planos de pessoas que olham para cima (em busca de informações sobre partidas e chegadas nos placards de uma estação de metro e de comboios em Berlim, cujo nome dá o título ao trabalho) é combinada com uma banda sonora pontuada por sons emitidos por animais, dando origem a uma galeria bem-humorada de retratos em que as idiossincrasias fisionómicas e expressivas se encontram com o universal da existência humana.

Com a opção de utilizar actores para encenar as situações, este movimento recursivo do real para a ficção deu lugar a um movimento inverso que prossegue, no entanto, o mesmo horizonte de reflexão. Lull (2002) recria uma situação de sala de espera, orquestrada como uma coreografia de gestos e olhares, em estreita correspondência com uma banda sonora elaborada pelo compositor Mathias Trippner com base nos sons produzidos pelos actores durante a representação.

Product Displacement (2002), instalação vídeo realizada na sequência de uma série de dípticos fotográficos de que está muito próxima (Sets for Thoughts, 2002), encena uma situação que nos é familiar, ao justapor, numa dupla projecção, a imagem (captada em movimentos de travelling) de vários indivíduos absortos nos seus pensamentos em espaços domésticos (trata-se, na realidade, de um stand de móveis e produtos utilitários para a casa) à imagem desfocada e abstracta (plano subjectivo) de um pormenor que o olhar dos personagens fixa.

Uma série de fotografias e um vídeo tomam como assunto o tempo quotidiano reinventado, transfigurando com sentido lúdico diversos momentos dos percursos de uma mulher jovem desempregada, que a artista contratou, pelos espaços da cidade (Working with Linda Stüdemann, 2003).

Curiosamente, dois dos vídeos mais conseguidos de Filipa César escapam ao núcleo de temas e questões que tem vindo a ser identificado. São propostas de construção visual que apelam a uma atitude iminentemente contemplativa do espectador. Num desses vídeos (Stereo, 2001), dois espaços radicalmente distintos em termos de arquitectura, decoração e usos (o espaço privado do quarto de uma coleccionadora de arte e o espaço público de uma galeria de arte), ambos filmados segundo diferentes pontos de vista com uma câmara colocada no prato de um gira-discos à velocidade de uma rotação por minuto, desdobram-se e fundem-se através de um laborioso trabalho de montagem.

Em Untitled (2002), a filmagem da superfície desalinhada de um cobertor, em plano aproximado e com um movimento circular de câmara realizado da mesma maneira, permite à artista inventar uma paisagem natural que parece ter sido construída em 3D.

Ao longo do seu percurso, e como estes dois vídeos tão bem demonstram, Filipa César tem vindo a revelar um domínio cada vez mais apurado (das possibilidades) da linguagem do vídeo e uma capacidade de abertura do seu processo criativo que indicia uma atitude de atenção constante ao mundo vivido.



Elsa Lé

Nasceu em 1968, na cidade de Ovar.
Licenciada em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (E.S.B.A.P).
Professora de Educação Visual e Expressão Plástica, do 3º ciclo do Ensino Básico.

Exposições individuais (desde 2002)
2002 - Centro U.N.E.S.C.O. do Porto (Fundação Engenheiro António de Almeida); Galeria Degrau Arte, Porto; Galeria O.M., Penafiel.
2004 - Casa da Anta, Caminha; Galeria de Vilar/Árvore, Porto.
2005 - Cooperativa Árvore, Porto; Galeria Municipal de Barcelos.
2006 - Museu da Cidade, Lisboa; Galeria O.M., Penafiel; Cooperativa Árvore, Porto.

Exposições colectivas (desde 2002)
2002 - Prémio de Pintura, integrado no III Congresso de Alto Douro e Trás-os-Montes (org. Cooperativa Árvore), Museu Abade de Baçal, Bragança; Galeria Trindade, Lisboa.
2003 - Museu Bernardino Machado, V.N. Famalicão; Biblioteca Municipal de Gaia, V.N. Gaia; Quasiloja, Porto; Cooperativa Árvore, Porto.
2004 - Bienal de Artes Plásticas da Marinha Grande, Marinha Grande; Cooperativa Árvore, Porto; Biblioteca Municipal de Gaia, V.N.Gaia; Câmara Municipal de Vimioso; Feira de Arte em Lille (Capital da Cultura 2004), França.
2005 - Galeria Arte 12, Lisboa; Cooperativa Árvore, Porto; Cooperativa dos Artistas de Gaia, V.N. de Gaia; Quasiloja, Porto

Representada em diversas colecções particulares, nomeadamente na colecção da Editora Âmbar, assim como no espólio do Museu da Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto, e no espólio do Museu da Cidade, em Lisboa.

Autora e ilustradora dos livros infantis “Um milhão de beijinhos”, editado pela Âmbar, em 2005, e “Risco, o peixe-aranha”, editado pela Âmbar, em 2006.



Eugénio Henrique

Eugénio Henrique Nunes Barbosa, Nascido em Ermesinde, em 1958 Curso Superior de Artes Plásticas Pintura (FBAUP- 89)

Prémios: 1989 . 3º Prémio “ Homenagem a Soares dos Reis/ Diogo Macedo . Prémio Talens . Prémio “ Finalistas da ESBAP 89”, Fórum Picoas, Lisboa 1990 . Prémio ( Unanimidade ) Camilo Castelo Branco, ARGO, Gondomar 1991 . Menção Honrosa no Prémio Nacional Júlio Resende

Participação: 1989 . Participação no Workshop de Cerâmica, CENCAL, Caldas da Rainha 1990 . Atalier Talens, Casa Museu Teixeira Lopes, V.N. de Gaia

Está representado em diversas colecções . Casa Museu Teixeira Lopes . Talens . Auto Ouro, Porto . Centro Hospitalar V.N. de Gaia . CTT, Correio De Portugal . ARGO, Gondomar . Centro UNESCO, Porto


Exposições Colectivas:

1987 . Casa do Arco, Guimarães

1988 . Centro Turístico, Estarreja . ESBAP . Biblioteca Municipal de Gaia .Centro de Cultura, Sta. Maria da Feira . Galeria Labirinto, Porto

1989 . Centro Hospitalar V.N. de Gaia . Biblioteca Municipal de Gaia . Fórum Picoas,. Lisboa

1990 . Exposição da Jovem Pintura Portuense, Ouro Exposições, Porto . Cooperativa Árvore . Instituto da Juventude, Viana do Castelo . “Festa do Livro e da Arte” Cooperativa de Artista de Gaia . ARGO, Gondomar . Galeria EG, Porto

1991 . Exposição Itinerante, Cooperativa de artistas de Gaia . Auditório Municipal de Gondomar

1992 . Bienal de Chaves . “10 Jovens Pintores”, Coimbra 2002 . Galeria Rui Alberto, Porto

2004 . Galeria BAZZAR, Porto . Galeria Rui Alberto, Porto

2005 . Galeria Elemento, Porto 2006 . Galeria Paço de Rei, Vila Nova de Gaia


Exposições Individuais:

1991 . Galeria de Arte dos CTT, Fórum Picoas, Lisboa 1993 . Auditório de Gondomar

1994 . Galeria EG, Porto 1999 . Centro UNESCO Porto



Damião Matos

Damião de Matos tem realizado diversas exposições individuais e colectivas no país, em especial na Região Norte e em Lisboa, tendo também passado por França, em 2000, aquando da sua mostra individual “Molero” no Service de Culture Animation & Patrimoine, em Saint Raphael, na Cote d’Azur.

A expor regularmente desde 1996, Damião de Matos tem no seu percurso artístico a referência, na sua primeira fase, dos conhecimentos adquiridos na área de Engenharia, que estudou, inicialmente, antes de licenciar-se em Ciências de Educação, de que é Mestre em Educação e Diversidade Cultural e prepara agora o doutoramento sobre o mesmo tema. Por isso mesmo, a inspiração para a pintura assume, com a sua viragem para as Ciências de Educação, novos contornos, a nível de teorias e técnicas de expressão.

Nos últimos anos, Damião Matos tem desenvolvido estudos em pintura com a pintora Teresa Dias Coelho e os pintores Manuel Vilarinho e Tomás Cunha Ferreira, todos professores da Escola de Pintura Arte Ilimitada – Lisboa.

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