JÚLIO POMAR - CADEIA DA RELAÇÃO
22 Fev - 20 Abr 2008 - MUSEU
Júlio Pomar é um dos artistas portugueses mais reconhecidos, com uma obra extremamente diversificada, desenvolvida ao longo de mais de 50 anos de trabalho. “Cadeia da Relação” é uma exposição focada na evidência dos materiais e nas suas relações estruturantes da composição do quadro ou do objecto. A exposição parte das primeiras experiências do artista (datadas das décadas de 60 e 70) no domínio da colagem e da “assemblage” e dos seus quadros resultantes de um confronto entre a tela crua e a cor para demonstrar como, desde então até à sua obra mais recente, estes processos e técnicas são indissociáveis da interrogação e das práticas da pintura na obra de Júlio Pomar.
Comissário: João Fernandes
Produção: Museu de Serralves
VISITAS GUIADAS
> 06 MAR 2008 (Qui), 18h30 por João Fernandes
> 10 ABR 2008 (Qui), 18h30 por Alexandre Pomar (A CONFIRMAR)
espaço de arte e da música, do conhecimento, de divulgação e do saber.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Galeria digital - Vieira da Silva
Maria Helena Vieira da Silva
Maria Helena Vieira da Silva
Uma das mais importantes pintoras europeias
da segunda metade do século XX
Nasceu em Lisboa em 13 de Junho de 1908;
morreu em Paris em 6 de Março de 1992.
Filha do embaixador Marcos Vieira da Silva, ficou órfã de pai aos três anos, tendo sido educada pela mãe em casa do avô materno, director do jornal O Século.
Tendo mostrado interesse, desde muito pequena, pela pintura e pela música começou a estudar pintura, a partir de 1919, com Emília Santos Braga e Armando Lucena. Em 1924, frequenta as aulas de Anatomia Artística da Escola de Belas Artes de Lisboa.
Em 1928 vai viver para Paris, acompanhada pela Mãe, indo visitar a Itália. No regresso começa a frequentar as aulas de escultura de Bourdelle, na Academia La Grande Chaumière. Mas abandona definitivamente a escultura, depois de frequentar as aulas de Despiau.
Começa então a estudar pintura com Dufresne, Waroquier e Friez, participando numa exposição no Salon de Paris. Conhece o pintor húngaro Arpad Szenes, com quem casa em 1930, e com quem visitará a Hungria e a Transilvânia.
Em 1935 António Pedro organiza a primeira exposição da pintora em Portugal, e que a faz estar em Portugal por um breve período, até Outubro de 1936, após o qual voltará para Paris, onde participará activamente na associação «Amis du Monde», criada por vários artistas parisienses devido ao desenvolvimento da extrema direita na Europa.
Regressará em 1939, devido à guerra, já que para o seu marido, judeu húngaro, a proximidade dos nazis o incomoda, naturalmente. Ficará em Portugal por pouco tempo, pois o governo de Salazar não lhe restitui a cidadania portuguesa, mesmo tendo casado pela igreja. Não deixa de participar num concurso de montras, realizado no âmbito da Exposição do Mundo Português, que também lhe encomendou um quadro, mas cuja encomenda será retirada.
O casal de pintores decide-se a ir para o Brasil, até porque as notícias sobre uma possível invasão de Portugal pelo exército alemão não são de molde a os sossegar.
Em Brasil serão recebidos de braços abertos, recebendo passaportes diplomáticos, que substituem os de apátridas emitidos pela Sociedade das Nações, tendo mesmo recebido uma proposta de naturalização do governo.
Residirão no Rio de Janeiro até 1947, pintando, expondo e ensinando, regressando Vieira da Silva primeiro que o marido, retido pelos seus compromissos académicos.
É a época em que Vieira da Silva começa a ser reconhecida. O estado francês compra-lhe La Partie d'échecs, um dos seus quadros mais famosos. Vende obras suas para vários museus, realiza tapeçarias e vitrais, trabalha em gravura, faz ilustrações para livros, cenários para peças de teatro.
Expõe em todo o mundo e ganha o Grande Prémio da Bienal de São Paulo de 1962, e no ano seguinte o Grande Prémio Nacional das Artes, em Paris,
Em 1956, foi-lhe dada a naturalidade francesa.
Fontes:
José Augusto França
A Arte em Portugal no Século XX,
Lisboa, Bertrand, 1974
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Museu Henrique e Francisco Franco (Funchal - Madeira)
Dedicado aos irmãos Franco de Sousa, um pintor e outro escultor, artistas de nomeada nos anos 20 do século XX, amigos (em Paris) de Modiglianni e Picasso, foi inaugurado em 21 Agosto de 1987. O museu encontra-se montado num edifício típico da época áurea de produção destes artistas em Portugal, nos anos 40, e apresenta as suas melhores peças, produto do espólio dos atelieres do Funchal e de Lisboa.
PINTURA EM ACRÍLICO
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Dois Poemas de Cabral do Nascimento
O faroleiro
Apenas este ilhéu é que é pequeno
O resto é tudo grande: o tédio, a vida,
O dia enorme, a noite mais comprida,
E o mar, calmo ou feroz, rude ou sereno;
O tempo, esse narcótico veneno,
A dor, essa letárgica bebida,
O desejo, essa voz enrouquecida,
E a saudade, o distante e branco aceno.
Tudo profundo, imenso, na amplidão,
Eterno quási na desolação
E sobrenatural na solidão.
A luz vermelha a reflectir-se além…
Nenhum vapor que vai, nenhum que vem…
Farol e faroleiro – e mais ninguém.
Aos cativos
Vós outros, que sois cativos,
Grilos dentro de gaiola;
Aves, que andastes à solta,
E vos prenderam à argola;
Peixes nalguma redoma,
Muito mais mortos que vivos, -
Ouvi:
Maior prisão é cá dentro.
Vós outros, que sois cativos,
Com ferrolhos pelas portas,
E chaves de muitas voltas,
Medonhas grades por fora,
E luz, por dentro, tão pouca,
E antes mortos do que vivos, -
Ouvi:
Preso está quem anda à solta.
Mas seja assim, muito embora,
Vós outros, que sois cativos,
Minh’ alma não vos ignora
Nesta prisão de aqui fora,
Onde é noite a toda a hora,
E, condenados, os vivos
Parecem mortos agora; -
Ouvi:
O tempo tudo melhora
NASCIMENTO, Cabral do – Cancioneiro. Lisboa: Edições Gama, 1943. P.61-62, 107-108.
Apenas este ilhéu é que é pequeno
O resto é tudo grande: o tédio, a vida,
O dia enorme, a noite mais comprida,
E o mar, calmo ou feroz, rude ou sereno;
O tempo, esse narcótico veneno,
A dor, essa letárgica bebida,
O desejo, essa voz enrouquecida,
E a saudade, o distante e branco aceno.
Tudo profundo, imenso, na amplidão,
Eterno quási na desolação
E sobrenatural na solidão.
A luz vermelha a reflectir-se além…
Nenhum vapor que vai, nenhum que vem…
Farol e faroleiro – e mais ninguém.
Aos cativos
Vós outros, que sois cativos,
Grilos dentro de gaiola;
Aves, que andastes à solta,
E vos prenderam à argola;
Peixes nalguma redoma,
Muito mais mortos que vivos, -
Ouvi:
Maior prisão é cá dentro.
Vós outros, que sois cativos,
Com ferrolhos pelas portas,
E chaves de muitas voltas,
Medonhas grades por fora,
E luz, por dentro, tão pouca,
E antes mortos do que vivos, -
Ouvi:
Preso está quem anda à solta.
Mas seja assim, muito embora,
Vós outros, que sois cativos,
Minh’ alma não vos ignora
Nesta prisão de aqui fora,
Onde é noite a toda a hora,
E, condenados, os vivos
Parecem mortos agora; -
Ouvi:
O tempo tudo melhora
NASCIMENTO, Cabral do – Cancioneiro. Lisboa: Edições Gama, 1943. P.61-62, 107-108.
Natal Africano
Não há pinheiros nem há neve,
Nada do que é convencional
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz... Mas é Natal.
Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.
Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.
Não há pastores nem ovelhas,
Nada do que é tradicional.
As orações, porém, são velhas
E a noite é Noite de Natal.
Cabral do Nascimento
Obra Poética
Porto, Edições Asa, 2003
Cabral do Nascimento
João Cabral do Nascimento
(1897 - 1978)
Poeta, colaborador de importantes jornais e revistas da sua época, investigador da história dos princípios do povoamento das ilhas da Madeira e dos Açores, foi também professor.
Muitas vezes sob o pseudónimo Mário Gonçalves, e em colaboração com a sua mulher, Maria Franco Machado, traduziu para português vários nomes importantes da literatura inglesa, norte-americana e francesa, entre outros, R. L. Stevenson, George Eliot, G. H. Wells, Henry James, Pearl S. Buck…
Nasceu a 22 de Março de 1897, no Funchal. É filho de João Cabral Crowford do Nascimento e de D. Palmira Cabral do Nascimento.
Fez o curso primário e secundário nesta cidade até 1915.
Entre 1915 a 1922 frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa e de Coimbra.
Em 1923, já no Funchal, ensinou na Escola Industrial e Comercial.
Em 1931 foi nomeado primeiro director do recém-formado Arquivo Distrital do Funchal.
Em 1937, fixou residência em Lisboa e ensinou nas escolas Ferreira Borges e Veiga Beirão até se aposentar, em 1958.
Em 1943 obteve o prémio Antero de Quental.
Faleceu a 2 de Março de 1978, em Lisboa.
Fernando Pessoa elogiou a sua primeira obra,"As Três Princesas Mortas num Palácio
em Ruínas" (1916), na revista "Exílio", considerando-o como "um poeta digno" do movimento "Orpheu".
Algumas obras
Poesia
As Três Princesas Mortas num Palácio em Ruínas (1916)
Cancioneiro (1963)
Descaminho (1969)
Cancioneiro (1976)
Antologias
Líricas Portuguesas (1945)
Colectânea de versos Portugueses do Século XII ao Século XX (1964)
A Madeira (s/d)
Obra Histórica
Apontamentos de História das Capitanias da Madeira (1930)
Genealogia da Família Medina da Ilha da Madeira (1930)
A Restauração de Portugal e o Convento da Incarnação (1940)
NOTA:Tio Avô do autor do blogue
Jaime Isidoro
Porto - 2003
óleo s/tela - 170x210 cm
Jaime Isidoro
(Porto, 1924) - a sua carreira situa-se em dois momentos afastados no tempo que demarcam duas fases diferenciadas: uma primeira situada entre os meados dos anos 40 e os meados dos anos 50 e uma segunda desenvolvida a partir da segunda metade da década de 80 até à actualidade.
Na primeira fase o pintor foi largamente premiado, tendo recebido praticamnemte todos os prémios institucionais atribuídos na sua área.
Essencialmente reconhecido pela prática exímia da aguarela, as suas obras sobre o Porto encontram-se entre as que melhor souberam dar expressão iconográfica à cidade.
Jaime Isidoro é um pintor versátil que conjuga uma delicada aprendizagem académica com um claro sentido inovador.
Expõe desde os anos 40, em Prtugal e no estrangeiro.
As suas obras fazem parte de colecções particulares e públicas: Fundação Gulbenkian, Museu do Chiado, Museu Nacional de Soares dos Reis, Muesu Dr. Santos Rocha .... diversas Câmaras Municipais, assim como várias instituições Bancárias e Empresariais.
Graça Morais
Erotismo e Morte, 1985, pastel e carvão s/lona, 158x230 cm
Licenciada pela Escola Superior de Belas Artes do Porto. Com outros artistas e críticos de arte funda o grupo Puzzle. Encontra-se exposta nos museus Alberto Sampaio, Guimarães (1974); Arte Moderna do Río de Janeiro (1985) e Espanhol de Arte Contemporânea, Madrid (1987).
Dentro da figuracão, apresenta-nos o corpo e algumas das suas possíveis manifestacções. De forma subtil oferece-nos uma ampla gama de situações rituais a que os corpos estão expostos. Deparamo-nos com figuras sofredoras, melancólicas ou alegres. Figuras que realizam as suas tarefas quotidianas ou que são captadas em momentos congelados da sua actividade.
A pintora mostra-nos os componentes ocultos do que a vista desarmada nos oferece. Através de uma fina arquitectura ensina-nos que por trás de um gesto, de uma mão captada a meio de um trabalho existe uma vida interna complexa que o olhar desta artista é capaz de desocultar.
Penetrar na sua obra é entrar no mito dos rituais que ainda prevalecem no Portugal contemporâneo.
A paisagem de Trás-os-Montes está bem patente aqui, sem complacências regionalistas: sentem-se as folhas secas, o sange-vivo, a pedra e o mundo vegetal, raíz e ninho. Antigo como a angústia de homem! Suspenso entre o grito do desejo e o sorriso de uma calma oferecida à morte.
É uma Arte de efectiva modernidade. É de sonhos sem idade, que a obra de Graça Morais nos fala, reflectindo o que somos no descobrir de uma ancestralidade silenciosa a que ela dá voz, de uma terra-mãe, na nossa verdade íntima e secreta. Com ela cumpre-se , pois, em plena juventude, a função essencial da arte de sempre.
Biografia e obra de Francisco Franco (escultor)
Escultura do Cristo-Rei, no Pragal, Almada, projectada por Francisco Franco
O maior escultor português da década de 20 (século XX)
Escultor português, Francisco Franco de Sousa, irmão do pintor Henrique Franco, nasceu em 1885, no Funchal e morreu em 1955. Estudou escultura na Escola de Belas-Artes de Lisboa (1900 -1909) e, no início dos anos 10, deslocou-se para Paris com objectivo de completar a sua formação académica, tendo sido bastante influenciado pelos escultores Auguste Rodin e Antoine Bourdelle. Nesta cidade integra o grupo "Os Cinco Independentes" do qual faziam parte os artistas portugueses Dórdio Gomes, Henrique Franco, Alfredo Miguéis e Diogo de Macedo.
Em 1914, com o eclodir da Primeira Guerra Mundial, Francisco Franco regressa ao Funchal. As suas obras deste período revelam a passagem de um gosto naturalista (com influência de Rodin) para uma estética mais expressionista e um interesse pelos valores formais e pela modelação. Nesta altura Francisco Franco é um dos mais importantes escultores modernistas portugueses.
Em 1919, voltou a Paris e deslocou-se para Roma, como pensionista do estado, ocupando-se sobretudo com desenho e gravura em madeira e ponta-seca.
Francisco Franco foi o mais famoso escultor da década de 1920.
A escultura "João Gonçalves Zarco", realizada em 1928, assinala o período público da sua carreira como escultor. Denota influências de Cézanne na facetação volumétrica e também um certo carácter expressionista na modelação. A iconicidade e o hieratismo da postura e o carácter heróico transformam esta obra no modelo adoptado pelo regime político.
A partir da década de 30, torna-se um dos escultores mais solicitados para a realização da estatuária do Estado Novo e ganha enorme projecção no contexto nacional, influenciando quase todos os escultores coevos. De entre os inúmeros trabalhos que assina, destacam-se a estátua do "Infante D. Henrique", de 1931 e uma série de estátuas régias, como a de "D. João IV", colocada no Terreiro do Paço de Vila Viçosa (1943), uma das suas obras-primas.
Francisco Franco produz também escultura de temática religiosa, como o "Apostolado" da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa (1935) ou a estátua do "Cristo-Rei" em Almada, concluída em 1959 (a sua última grande escultura). Cultivou ainda outros géneros, como o nu feminino e o retrato, de que se destaca a estátua de "António Salazar".
Na ilha da Madeira tem uma escola secundária com o seu nome, a antiga escola industrial agora chamada escola secundária Francisco Franco onde inicialmente se estudava artes,sendo hoje ainda conhecida por escola de artes mas agora com todos os cursos de secundário e alguns cursos tecnológicos.
Obras principais
Estátua do Infante D. Henrique, para a exposição colonial de Paris (1931)
Estátua de D. Leonor (1935), para as Caldas da Rainha
Estátua do D. Dinis e D. João III para a Universidade de Coimbra, (1943 e 1948)
Estátua do bispo D. Miguel, para Lamego (1950)
Estátua equestre de D. João IV (1940), erguida em Vila Viçosa, frente ao Paço Ducal
Friso da Casa da Moeda, Lisboa (1936)
Monumento do Cristo Rei (Almada)
NOTA:Tio Bisavô do autor do blogue
Artistas / Pintores /Escultores
Filipa César
Nasce no Porto, em 1975. Vive e trabalha entre Lisboa e Munique.
Após terminar o curso de Introdução às Artes Plásticas, Design e Arquitectura da Escola Secundária Soares dos Reis, no Porto, conclui o Bacharelato em Artes Plásticas - Pintura da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Mais tarde, conclui a Licenciatura em Artes Plásticas - Pintura da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Participa no workshop Pleased to meet you, orientado por François Courtilart (Nantes, França) e Peter McCaughey (Glasgow, Reino Unido) na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. É bolseira do programa Erasmus Sócrates, na Staatliche Academic der Bildenden Kunste, Karlsruhe.
Realiza um estágio em pós-produção e manipulação de Filme e Vídeo na empresa Arri Digital Film em Munique, e participa no workshop "202 ProjektRaum Bert Theis", orientado por Bert Theis (Milão, Itália) na Akademie der Bildenden Kunste em Munique.
Ganha a Bolsa de Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura, para a realização do projecto "Suplemento Local" orientado por Olaf Metzel, na Akademie der Bildenden Kunste em Munique.
Conta já com a participação em diversas exposições: Ewiges Streben / Classe Balkenhol", Ulm (Alemanha, 1997), "O Império Contra Ataca", Galeria ZDB (Lisboa, 1998), "Finalistas FBAUL", Fundição de Oeiras (Oeiras, 1998), "Index 3" (participação no catálogo), Galeria João Graça (Lisboa 1998), "Acasos & Materiais", CAPC (Coimbra, 1999), "Sete artistas ao sétimo mês", Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 1999), "Finissage-202 Projekt Bert Theis" (Munique, 2000), "W.C. Container", edifício Artes em Partes (Porto, 2000).
Filipa César elegeu, desde muito cedo, o cidadão anónimo como personagem central do seu trabalho, personagem ao mesmo tempo singular, dotado das suas características particulares e intransmissíveis, e genérico, partilhando com os seus semelhantes uma condição existencial.
Nesses momentos banais de pausa que intersectam as rotinas quotidianas, nesses intervalos da acção durante os quais aparentemente nada acontece, os seus personagens revelam-se marginais à concepção produtivista e funcionalista do tempo dominante nas sociedades contemporâneas. A artista dirige a sua atenção para esses momentos e situações em que o indivíduo se alheia da sua relação com o mundo exterior, se ausenta do teatro da vida social, para ficar a sós consigo mesmo, entregue a uma actividade introspectiva, muitas vezes não consciente. Ela fixa o seu olhar na exteriorização de poses, gestos e expressões para sugerir uma vida interior que permanece em grande medida insondável. Estamos nos antípodas da perspectiva crítica vulgarizada que encara o cidadão comum como sujeito indiferenciado, sem qualidades, uniformizado no seu mundo subjectivo pelas dinâmicas da vida contemporânea. O espectador é assim conduzido a partilhar com a artista um processo de auto-reflexão: as situações do quotidiano retratadas ou ficcionadas e as pessoas comuns ou os actores transfigurados em personagens devolvem-nos a imagem da nossa própria existência.
Filipa César encontrou no vídeo o medium por excelência para abordar aquele núcleo de questões, opção que não surpreende, tendo em conta a importância que para ela assumem a narrativa e a transmutação do real em ficção. Numa primeira fase do seu trabalho, o ponto de partida consistiu frequentemente na filmagem de pessoas anónimas em situações reais, verificando-se, no entanto, um desvio relativamente ao registo documental, pela exploração das possibilidades de manipulação da imagem vídeo, e uma sublimação do discurso de pendor sociológico, pelo acento posto na psicologia dos personagens. Waiting Citizen II (1999), por exemplo, produz um efeito de amplificação de uma situação e de um personagem particulares através da replicação da figura de um homem de meia-idade, que vai substituindo progressivamente as figuras das outras pessoas que com ele compõem uma fila de espera na paragem do autocarro.
A montagem em plano e contra-plano das imagens de pessoas filmadas em estações de metro e de comboio funciona como mecanismo ficcional na construção de esboços de relações entre desconhecidos que trocam olhares [Untitled (Romance), 2000-2003)]. Ou então é a justaposição de imagens numa estação de correios, uma delas invertida, que permite encenar uma sucessão de quadros de interacção face-a-face entre dois personagens que comunicam através do guichet de atendimento (Letters, 2000).
Um vídeo mais recente (Berlin Zoo, 2003) entronca nesta genealogia de obras baseadas na descontextualização de imagens captadas em situações reais: uma sequência de grandes planos de pessoas que olham para cima (em busca de informações sobre partidas e chegadas nos placards de uma estação de metro e de comboios em Berlim, cujo nome dá o título ao trabalho) é combinada com uma banda sonora pontuada por sons emitidos por animais, dando origem a uma galeria bem-humorada de retratos em que as idiossincrasias fisionómicas e expressivas se encontram com o universal da existência humana.
Com a opção de utilizar actores para encenar as situações, este movimento recursivo do real para a ficção deu lugar a um movimento inverso que prossegue, no entanto, o mesmo horizonte de reflexão. Lull (2002) recria uma situação de sala de espera, orquestrada como uma coreografia de gestos e olhares, em estreita correspondência com uma banda sonora elaborada pelo compositor Mathias Trippner com base nos sons produzidos pelos actores durante a representação.
Product Displacement (2002), instalação vídeo realizada na sequência de uma série de dípticos fotográficos de que está muito próxima (Sets for Thoughts, 2002), encena uma situação que nos é familiar, ao justapor, numa dupla projecção, a imagem (captada em movimentos de travelling) de vários indivíduos absortos nos seus pensamentos em espaços domésticos (trata-se, na realidade, de um stand de móveis e produtos utilitários para a casa) à imagem desfocada e abstracta (plano subjectivo) de um pormenor que o olhar dos personagens fixa.
Uma série de fotografias e um vídeo tomam como assunto o tempo quotidiano reinventado, transfigurando com sentido lúdico diversos momentos dos percursos de uma mulher jovem desempregada, que a artista contratou, pelos espaços da cidade (Working with Linda Stüdemann, 2003).
Curiosamente, dois dos vídeos mais conseguidos de Filipa César escapam ao núcleo de temas e questões que tem vindo a ser identificado. São propostas de construção visual que apelam a uma atitude iminentemente contemplativa do espectador. Num desses vídeos (Stereo, 2001), dois espaços radicalmente distintos em termos de arquitectura, decoração e usos (o espaço privado do quarto de uma coleccionadora de arte e o espaço público de uma galeria de arte), ambos filmados segundo diferentes pontos de vista com uma câmara colocada no prato de um gira-discos à velocidade de uma rotação por minuto, desdobram-se e fundem-se através de um laborioso trabalho de montagem.
Em Untitled (2002), a filmagem da superfície desalinhada de um cobertor, em plano aproximado e com um movimento circular de câmara realizado da mesma maneira, permite à artista inventar uma paisagem natural que parece ter sido construída em 3D.
Ao longo do seu percurso, e como estes dois vídeos tão bem demonstram, Filipa César tem vindo a revelar um domínio cada vez mais apurado (das possibilidades) da linguagem do vídeo e uma capacidade de abertura do seu processo criativo que indicia uma atitude de atenção constante ao mundo vivido.
Elsa Lé
Nasceu em 1968, na cidade de Ovar.
Licenciada em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (E.S.B.A.P).
Professora de Educação Visual e Expressão Plástica, do 3º ciclo do Ensino Básico.
Exposições individuais (desde 2002)
2002 - Centro U.N.E.S.C.O. do Porto (Fundação Engenheiro António de Almeida); Galeria Degrau Arte, Porto; Galeria O.M., Penafiel.
2004 - Casa da Anta, Caminha; Galeria de Vilar/Árvore, Porto.
2005 - Cooperativa Árvore, Porto; Galeria Municipal de Barcelos.
2006 - Museu da Cidade, Lisboa; Galeria O.M., Penafiel; Cooperativa Árvore, Porto.
Exposições colectivas (desde 2002)
2002 - Prémio de Pintura, integrado no III Congresso de Alto Douro e Trás-os-Montes (org. Cooperativa Árvore), Museu Abade de Baçal, Bragança; Galeria Trindade, Lisboa.
2003 - Museu Bernardino Machado, V.N. Famalicão; Biblioteca Municipal de Gaia, V.N. Gaia; Quasiloja, Porto; Cooperativa Árvore, Porto.
2004 - Bienal de Artes Plásticas da Marinha Grande, Marinha Grande; Cooperativa Árvore, Porto; Biblioteca Municipal de Gaia, V.N.Gaia; Câmara Municipal de Vimioso; Feira de Arte em Lille (Capital da Cultura 2004), França.
2005 - Galeria Arte 12, Lisboa; Cooperativa Árvore, Porto; Cooperativa dos Artistas de Gaia, V.N. de Gaia; Quasiloja, Porto
Representada em diversas colecções particulares, nomeadamente na colecção da Editora Âmbar, assim como no espólio do Museu da Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto, e no espólio do Museu da Cidade, em Lisboa.
Autora e ilustradora dos livros infantis “Um milhão de beijinhos”, editado pela Âmbar, em 2005, e “Risco, o peixe-aranha”, editado pela Âmbar, em 2006.
Eugénio Henrique
Eugénio Henrique Nunes Barbosa, Nascido em Ermesinde, em 1958 Curso Superior de Artes Plásticas Pintura (FBAUP- 89)
Prémios: 1989 . 3º Prémio “ Homenagem a Soares dos Reis/ Diogo Macedo . Prémio Talens . Prémio “ Finalistas da ESBAP 89”, Fórum Picoas, Lisboa 1990 . Prémio ( Unanimidade ) Camilo Castelo Branco, ARGO, Gondomar 1991 . Menção Honrosa no Prémio Nacional Júlio Resende
Participação: 1989 . Participação no Workshop de Cerâmica, CENCAL, Caldas da Rainha 1990 . Atalier Talens, Casa Museu Teixeira Lopes, V.N. de Gaia
Está representado em diversas colecções . Casa Museu Teixeira Lopes . Talens . Auto Ouro, Porto . Centro Hospitalar V.N. de Gaia . CTT, Correio De Portugal . ARGO, Gondomar . Centro UNESCO, Porto
Exposições Colectivas:
1987 . Casa do Arco, Guimarães
1988 . Centro Turístico, Estarreja . ESBAP . Biblioteca Municipal de Gaia .Centro de Cultura, Sta. Maria da Feira . Galeria Labirinto, Porto
1989 . Centro Hospitalar V.N. de Gaia . Biblioteca Municipal de Gaia . Fórum Picoas,. Lisboa
1990 . Exposição da Jovem Pintura Portuense, Ouro Exposições, Porto . Cooperativa Árvore . Instituto da Juventude, Viana do Castelo . “Festa do Livro e da Arte” Cooperativa de Artista de Gaia . ARGO, Gondomar . Galeria EG, Porto
1991 . Exposição Itinerante, Cooperativa de artistas de Gaia . Auditório Municipal de Gondomar
1992 . Bienal de Chaves . “10 Jovens Pintores”, Coimbra 2002 . Galeria Rui Alberto, Porto
2004 . Galeria BAZZAR, Porto . Galeria Rui Alberto, Porto
2005 . Galeria Elemento, Porto 2006 . Galeria Paço de Rei, Vila Nova de Gaia
Exposições Individuais:
1991 . Galeria de Arte dos CTT, Fórum Picoas, Lisboa 1993 . Auditório de Gondomar
1994 . Galeria EG, Porto 1999 . Centro UNESCO Porto
Damião Matos
Damião de Matos tem realizado diversas exposições individuais e colectivas no país, em especial na Região Norte e em Lisboa, tendo também passado por França, em 2000, aquando da sua mostra individual “Molero” no Service de Culture Animation & Patrimoine, em Saint Raphael, na Cote d’Azur.
A expor regularmente desde 1996, Damião de Matos tem no seu percurso artístico a referência, na sua primeira fase, dos conhecimentos adquiridos na área de Engenharia, que estudou, inicialmente, antes de licenciar-se em Ciências de Educação, de que é Mestre em Educação e Diversidade Cultural e prepara agora o doutoramento sobre o mesmo tema. Por isso mesmo, a inspiração para a pintura assume, com a sua viragem para as Ciências de Educação, novos contornos, a nível de teorias e técnicas de expressão.
Nos últimos anos, Damião Matos tem desenvolvido estudos em pintura com a pintora Teresa Dias Coelho e os pintores Manuel Vilarinho e Tomás Cunha Ferreira, todos professores da Escola de Pintura Arte Ilimitada – Lisboa.
Nasce no Porto, em 1975. Vive e trabalha entre Lisboa e Munique.
Após terminar o curso de Introdução às Artes Plásticas, Design e Arquitectura da Escola Secundária Soares dos Reis, no Porto, conclui o Bacharelato em Artes Plásticas - Pintura da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Mais tarde, conclui a Licenciatura em Artes Plásticas - Pintura da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.
Participa no workshop Pleased to meet you, orientado por François Courtilart (Nantes, França) e Peter McCaughey (Glasgow, Reino Unido) na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. É bolseira do programa Erasmus Sócrates, na Staatliche Academic der Bildenden Kunste, Karlsruhe.
Realiza um estágio em pós-produção e manipulação de Filme e Vídeo na empresa Arri Digital Film em Munique, e participa no workshop "202 ProjektRaum Bert Theis", orientado por Bert Theis (Milão, Itália) na Akademie der Bildenden Kunste em Munique.
Ganha a Bolsa de Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura, para a realização do projecto "Suplemento Local" orientado por Olaf Metzel, na Akademie der Bildenden Kunste em Munique.
Conta já com a participação em diversas exposições: Ewiges Streben / Classe Balkenhol", Ulm (Alemanha, 1997), "O Império Contra Ataca", Galeria ZDB (Lisboa, 1998), "Finalistas FBAUL", Fundição de Oeiras (Oeiras, 1998), "Index 3" (participação no catálogo), Galeria João Graça (Lisboa 1998), "Acasos & Materiais", CAPC (Coimbra, 1999), "Sete artistas ao sétimo mês", Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 1999), "Finissage-202 Projekt Bert Theis" (Munique, 2000), "W.C. Container", edifício Artes em Partes (Porto, 2000).
Filipa César elegeu, desde muito cedo, o cidadão anónimo como personagem central do seu trabalho, personagem ao mesmo tempo singular, dotado das suas características particulares e intransmissíveis, e genérico, partilhando com os seus semelhantes uma condição existencial.
Nesses momentos banais de pausa que intersectam as rotinas quotidianas, nesses intervalos da acção durante os quais aparentemente nada acontece, os seus personagens revelam-se marginais à concepção produtivista e funcionalista do tempo dominante nas sociedades contemporâneas. A artista dirige a sua atenção para esses momentos e situações em que o indivíduo se alheia da sua relação com o mundo exterior, se ausenta do teatro da vida social, para ficar a sós consigo mesmo, entregue a uma actividade introspectiva, muitas vezes não consciente. Ela fixa o seu olhar na exteriorização de poses, gestos e expressões para sugerir uma vida interior que permanece em grande medida insondável. Estamos nos antípodas da perspectiva crítica vulgarizada que encara o cidadão comum como sujeito indiferenciado, sem qualidades, uniformizado no seu mundo subjectivo pelas dinâmicas da vida contemporânea. O espectador é assim conduzido a partilhar com a artista um processo de auto-reflexão: as situações do quotidiano retratadas ou ficcionadas e as pessoas comuns ou os actores transfigurados em personagens devolvem-nos a imagem da nossa própria existência.
Filipa César encontrou no vídeo o medium por excelência para abordar aquele núcleo de questões, opção que não surpreende, tendo em conta a importância que para ela assumem a narrativa e a transmutação do real em ficção. Numa primeira fase do seu trabalho, o ponto de partida consistiu frequentemente na filmagem de pessoas anónimas em situações reais, verificando-se, no entanto, um desvio relativamente ao registo documental, pela exploração das possibilidades de manipulação da imagem vídeo, e uma sublimação do discurso de pendor sociológico, pelo acento posto na psicologia dos personagens. Waiting Citizen II (1999), por exemplo, produz um efeito de amplificação de uma situação e de um personagem particulares através da replicação da figura de um homem de meia-idade, que vai substituindo progressivamente as figuras das outras pessoas que com ele compõem uma fila de espera na paragem do autocarro.
A montagem em plano e contra-plano das imagens de pessoas filmadas em estações de metro e de comboio funciona como mecanismo ficcional na construção de esboços de relações entre desconhecidos que trocam olhares [Untitled (Romance), 2000-2003)]. Ou então é a justaposição de imagens numa estação de correios, uma delas invertida, que permite encenar uma sucessão de quadros de interacção face-a-face entre dois personagens que comunicam através do guichet de atendimento (Letters, 2000).
Um vídeo mais recente (Berlin Zoo, 2003) entronca nesta genealogia de obras baseadas na descontextualização de imagens captadas em situações reais: uma sequência de grandes planos de pessoas que olham para cima (em busca de informações sobre partidas e chegadas nos placards de uma estação de metro e de comboios em Berlim, cujo nome dá o título ao trabalho) é combinada com uma banda sonora pontuada por sons emitidos por animais, dando origem a uma galeria bem-humorada de retratos em que as idiossincrasias fisionómicas e expressivas se encontram com o universal da existência humana.
Com a opção de utilizar actores para encenar as situações, este movimento recursivo do real para a ficção deu lugar a um movimento inverso que prossegue, no entanto, o mesmo horizonte de reflexão. Lull (2002) recria uma situação de sala de espera, orquestrada como uma coreografia de gestos e olhares, em estreita correspondência com uma banda sonora elaborada pelo compositor Mathias Trippner com base nos sons produzidos pelos actores durante a representação.
Product Displacement (2002), instalação vídeo realizada na sequência de uma série de dípticos fotográficos de que está muito próxima (Sets for Thoughts, 2002), encena uma situação que nos é familiar, ao justapor, numa dupla projecção, a imagem (captada em movimentos de travelling) de vários indivíduos absortos nos seus pensamentos em espaços domésticos (trata-se, na realidade, de um stand de móveis e produtos utilitários para a casa) à imagem desfocada e abstracta (plano subjectivo) de um pormenor que o olhar dos personagens fixa.
Uma série de fotografias e um vídeo tomam como assunto o tempo quotidiano reinventado, transfigurando com sentido lúdico diversos momentos dos percursos de uma mulher jovem desempregada, que a artista contratou, pelos espaços da cidade (Working with Linda Stüdemann, 2003).
Curiosamente, dois dos vídeos mais conseguidos de Filipa César escapam ao núcleo de temas e questões que tem vindo a ser identificado. São propostas de construção visual que apelam a uma atitude iminentemente contemplativa do espectador. Num desses vídeos (Stereo, 2001), dois espaços radicalmente distintos em termos de arquitectura, decoração e usos (o espaço privado do quarto de uma coleccionadora de arte e o espaço público de uma galeria de arte), ambos filmados segundo diferentes pontos de vista com uma câmara colocada no prato de um gira-discos à velocidade de uma rotação por minuto, desdobram-se e fundem-se através de um laborioso trabalho de montagem.
Em Untitled (2002), a filmagem da superfície desalinhada de um cobertor, em plano aproximado e com um movimento circular de câmara realizado da mesma maneira, permite à artista inventar uma paisagem natural que parece ter sido construída em 3D.
Ao longo do seu percurso, e como estes dois vídeos tão bem demonstram, Filipa César tem vindo a revelar um domínio cada vez mais apurado (das possibilidades) da linguagem do vídeo e uma capacidade de abertura do seu processo criativo que indicia uma atitude de atenção constante ao mundo vivido.
Elsa Lé
Nasceu em 1968, na cidade de Ovar.
Licenciada em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (E.S.B.A.P).
Professora de Educação Visual e Expressão Plástica, do 3º ciclo do Ensino Básico.
Exposições individuais (desde 2002)
2002 - Centro U.N.E.S.C.O. do Porto (Fundação Engenheiro António de Almeida); Galeria Degrau Arte, Porto; Galeria O.M., Penafiel.
2004 - Casa da Anta, Caminha; Galeria de Vilar/Árvore, Porto.
2005 - Cooperativa Árvore, Porto; Galeria Municipal de Barcelos.
2006 - Museu da Cidade, Lisboa; Galeria O.M., Penafiel; Cooperativa Árvore, Porto.
Exposições colectivas (desde 2002)
2002 - Prémio de Pintura, integrado no III Congresso de Alto Douro e Trás-os-Montes (org. Cooperativa Árvore), Museu Abade de Baçal, Bragança; Galeria Trindade, Lisboa.
2003 - Museu Bernardino Machado, V.N. Famalicão; Biblioteca Municipal de Gaia, V.N. Gaia; Quasiloja, Porto; Cooperativa Árvore, Porto.
2004 - Bienal de Artes Plásticas da Marinha Grande, Marinha Grande; Cooperativa Árvore, Porto; Biblioteca Municipal de Gaia, V.N.Gaia; Câmara Municipal de Vimioso; Feira de Arte em Lille (Capital da Cultura 2004), França.
2005 - Galeria Arte 12, Lisboa; Cooperativa Árvore, Porto; Cooperativa dos Artistas de Gaia, V.N. de Gaia; Quasiloja, Porto
Representada em diversas colecções particulares, nomeadamente na colecção da Editora Âmbar, assim como no espólio do Museu da Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto, e no espólio do Museu da Cidade, em Lisboa.
Autora e ilustradora dos livros infantis “Um milhão de beijinhos”, editado pela Âmbar, em 2005, e “Risco, o peixe-aranha”, editado pela Âmbar, em 2006.
Eugénio Henrique
Eugénio Henrique Nunes Barbosa, Nascido em Ermesinde, em 1958 Curso Superior de Artes Plásticas Pintura (FBAUP- 89)
Prémios: 1989 . 3º Prémio “ Homenagem a Soares dos Reis/ Diogo Macedo . Prémio Talens . Prémio “ Finalistas da ESBAP 89”, Fórum Picoas, Lisboa 1990 . Prémio ( Unanimidade ) Camilo Castelo Branco, ARGO, Gondomar 1991 . Menção Honrosa no Prémio Nacional Júlio Resende
Participação: 1989 . Participação no Workshop de Cerâmica, CENCAL, Caldas da Rainha 1990 . Atalier Talens, Casa Museu Teixeira Lopes, V.N. de Gaia
Está representado em diversas colecções . Casa Museu Teixeira Lopes . Talens . Auto Ouro, Porto . Centro Hospitalar V.N. de Gaia . CTT, Correio De Portugal . ARGO, Gondomar . Centro UNESCO, Porto
Exposições Colectivas:
1987 . Casa do Arco, Guimarães
1988 . Centro Turístico, Estarreja . ESBAP . Biblioteca Municipal de Gaia .Centro de Cultura, Sta. Maria da Feira . Galeria Labirinto, Porto
1989 . Centro Hospitalar V.N. de Gaia . Biblioteca Municipal de Gaia . Fórum Picoas,. Lisboa
1990 . Exposição da Jovem Pintura Portuense, Ouro Exposições, Porto . Cooperativa Árvore . Instituto da Juventude, Viana do Castelo . “Festa do Livro e da Arte” Cooperativa de Artista de Gaia . ARGO, Gondomar . Galeria EG, Porto
1991 . Exposição Itinerante, Cooperativa de artistas de Gaia . Auditório Municipal de Gondomar
1992 . Bienal de Chaves . “10 Jovens Pintores”, Coimbra 2002 . Galeria Rui Alberto, Porto
2004 . Galeria BAZZAR, Porto . Galeria Rui Alberto, Porto
2005 . Galeria Elemento, Porto 2006 . Galeria Paço de Rei, Vila Nova de Gaia
Exposições Individuais:
1991 . Galeria de Arte dos CTT, Fórum Picoas, Lisboa 1993 . Auditório de Gondomar
1994 . Galeria EG, Porto 1999 . Centro UNESCO Porto
Damião Matos
Damião de Matos tem realizado diversas exposições individuais e colectivas no país, em especial na Região Norte e em Lisboa, tendo também passado por França, em 2000, aquando da sua mostra individual “Molero” no Service de Culture Animation & Patrimoine, em Saint Raphael, na Cote d’Azur.
A expor regularmente desde 1996, Damião de Matos tem no seu percurso artístico a referência, na sua primeira fase, dos conhecimentos adquiridos na área de Engenharia, que estudou, inicialmente, antes de licenciar-se em Ciências de Educação, de que é Mestre em Educação e Diversidade Cultural e prepara agora o doutoramento sobre o mesmo tema. Por isso mesmo, a inspiração para a pintura assume, com a sua viragem para as Ciências de Educação, novos contornos, a nível de teorias e técnicas de expressão.
Nos últimos anos, Damião Matos tem desenvolvido estudos em pintura com a pintora Teresa Dias Coelho e os pintores Manuel Vilarinho e Tomás Cunha Ferreira, todos professores da Escola de Pintura Arte Ilimitada – Lisboa.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Investigação Matemática
Reflexões sobre investigação em Matemática
Quem ler trabalhos de investigação em qualquer das mais variadas áreas da Matemática (dita) pura, deparará, de um modo mais ou menos vincado, com um texto sintético. Como não se trata de um livro de texto, as revistas limitam naturalmente o número de páginas para que um artigo seja aceite.
Terá o autor, deste modo, de seleccionar o que é pressupostamente conhecido, quer em termos de definições quer no que diz respeito aos resultados. Poderá contudo referenciá-los, remetendo o leitor menos familiarizado para outros artigos.
Por outro lado, também as demonstrações dos novos resultados não podem aparecer no artigo com todo o detalhe. Frases como "é fácil provar que...", "é trivial que...", "podemos, sem perda de generalidade, considerar...", são duplamente enganadoras. Por um lado, tudo dependendo da experiência do leitor, o fácil não o é para todos. Por outra parte, aquelas expressões escondem o verdadeiro trabalho que o autor teve para chegar ao que de seguida afirma. Pode até acontecer que tenha levado dias (ou semanas...) para atingir aquilo que afirma ser fácil. Sucede que, finalizada a tarefa, o autor pode achar que tudo aquilo que fez (cálculos ou raciocínios) não precisa de ser dito no artigo, mas merece tão só uma pequena frase.
Este poder de síntese é, afinal, uma característica da própria Matemática. Como lembrava o Prof. J.F. Queiró numa entrevista publicada há tempos no Boletim das SPM, pense-se no que a curta frase "A derivada do seno é o coseno" abrevia.
Escrever artigos de matemática pode pois revelar-se um esforço "holmesiano" de enunciar conclusões, "elementares" ou não, sem apresentar a totalidade da cadeia de raciocínios subjacentes aos resultados.
A tarefa do leitor/estudante será a de preencher um puzzle do qual possui apenas algumas peças, estando as outras dispersas em "caixas" distintas. Quando as tiver finalmente, pode deparar com uma secretária um pouco desarrumada...
Manuel Mota
APM Coimbra
Quem ler trabalhos de investigação em qualquer das mais variadas áreas da Matemática (dita) pura, deparará, de um modo mais ou menos vincado, com um texto sintético. Como não se trata de um livro de texto, as revistas limitam naturalmente o número de páginas para que um artigo seja aceite.
Terá o autor, deste modo, de seleccionar o que é pressupostamente conhecido, quer em termos de definições quer no que diz respeito aos resultados. Poderá contudo referenciá-los, remetendo o leitor menos familiarizado para outros artigos.
Por outro lado, também as demonstrações dos novos resultados não podem aparecer no artigo com todo o detalhe. Frases como "é fácil provar que...", "é trivial que...", "podemos, sem perda de generalidade, considerar...", são duplamente enganadoras. Por um lado, tudo dependendo da experiência do leitor, o fácil não o é para todos. Por outra parte, aquelas expressões escondem o verdadeiro trabalho que o autor teve para chegar ao que de seguida afirma. Pode até acontecer que tenha levado dias (ou semanas...) para atingir aquilo que afirma ser fácil. Sucede que, finalizada a tarefa, o autor pode achar que tudo aquilo que fez (cálculos ou raciocínios) não precisa de ser dito no artigo, mas merece tão só uma pequena frase.
Este poder de síntese é, afinal, uma característica da própria Matemática. Como lembrava o Prof. J.F. Queiró numa entrevista publicada há tempos no Boletim das SPM, pense-se no que a curta frase "A derivada do seno é o coseno" abrevia.
Escrever artigos de matemática pode pois revelar-se um esforço "holmesiano" de enunciar conclusões, "elementares" ou não, sem apresentar a totalidade da cadeia de raciocínios subjacentes aos resultados.
A tarefa do leitor/estudante será a de preencher um puzzle do qual possui apenas algumas peças, estando as outras dispersas em "caixas" distintas. Quando as tiver finalmente, pode deparar com uma secretária um pouco desarrumada...
Manuel Mota
APM Coimbra
Fórum Económico Mundial - sondagem
Sondagem Gallup para o Fórum Económico Mundial:
Professores são profissão em que portugueses mais confiam e a quem dariam mais poder
Os professores são os profissionais em quem os portugueses mais confiam e também aqueles a quem confiariam mais poder no país, segundo uma sondagem mundial efectuada pela Gallup para o Fórum Económico Mundial (WEF).
Os professores merecem a confiança de 42% dos portugueses, muito acima dos 24% que confiam nos líderes militares e da polícia, dos 20 % que dão a sua confiança aos jornalistas e dos 18 % que acreditam nos líderes religiosos.
Os políticos são os que menos têm a confiança dos portugueses, com apenas 7 % a dizerem que confiam nesta classe.
Relativamente à questão de quais as profissões a que dariam mais poder no seu país, os portugueses privilegiaram os professores (32 %), os intelectuais (28 %) e os dirigentes militares e policiais (21 %), surgindo em último lugar, com 6 % , as estrelas desportivas ou de cinema.
A confiança dos portugueses por profissões não se afasta dos resultados médios para a Europa Ocidental, onde 44 % dos inquiridos confiam nos professores, seguindo-se (tal como em Portugal) os líderes militares e policiais, com 26 %.
Os advogados, que em Portugal apenas têm a confiança de 14 % dos inquiridos, vêm em terceiro lugar na Europa Ocidental, com um quarto dos europeus a darem-lhes a sua confiança, seguindo-se os jornalistas, que são confiáveis para 20 %.
Políticos em último também na Europa
Em ultimo lugar na confiança voltam a estar os políticos, com 10 %. A nível mundial, os professores são igualmente os que merecem maior confiança, de 34 % dos inquiridos, seguindo-se os líderes religiosos (27 %) e os dirigentes militares e da polícia (18 %).
Uma vez mais, os políticos surgem na cauda, com apenas oito por cento dos 61.600 inquiridos pela Gallup, em 60 países, a darem-lhes a sua confiança. Os professores surgem na maioria das regiões como a profissão em que as pessoas mais confiam.
Os docentes apenas perdem o primeiro lugar para os líderes religiosos em África, que têm a confiança de 70 % dos inquiridos, bastante acima dos 48 % dos professores, e para os responsáveis militares e policiais no Médio Oriente, que reúnem a preferência de 40 %, à frente dos líderes religiosos (19 %) e professores (18 %).
A Europa Ocidental daria mais poder preferencialmente aos intelectuais (30 %) e professores (29 %), enquanto a nível mundial voltam a predominar os professores (28 %) e os intelectuais (25 %), seguidos dos líderes religiosos (21 %).
28 % dos portugueses não confiam em nenhuma classe
A Gallup perguntou “em qual deste tipo de pessoas confia?”, indicando como respostas possíveis políticos, líderes religiosos, líderes militares e policiais, dirigentes empresariais, jornalistas, advogados, professores e sindicalistas ou “nenhum destes”, tendo esta última resposta sido escolhida por 28 % dos portugueses, 26 % dos europeus ocidentais e 30 % no mundo.
A Gallup questionou “a qual dos seguintes tipos de pessoas daria mais poder no seu país?”, dando como opções políticos, líderes religiosos, líderes militares e policiais, dirigentes empresariais, estrelas desportivas, músicos, estrelas de cinema, intelectuais, advogados, professores, sindicalistas ou nenhum destes.
A opção “nenhum destes” foi escolhida por 15 % em Portugal, 19 % na Europa Ocidental e 23 % a nível internacional.
Notícia Público, 25 /01/2008
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